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Trump assina decreto para prorrogar por 90 dias prazo de venda do TikTok

Trump assina decreto para prorrogar por 90 dias prazo de venda do TikTok

Donald Trump assinou nesta quinta-feira (19) o decreto que prorroga por 90 dias o prazo para a venda do TikTok, imposta pelo Congresso dos Estados Unidos, que busca fazer com que sua controladora chinesa, a ByteDance, se desfaça da rede social, muito popular no país.

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Trump já havia adiado duas vezes, por 75 dias cada, a entrada em vigor de uma lei aprovada em 2024 pelo Congresso que obriga a ByteDance a ceder o controle.

"Acabo de assinar o decreto executivo ampliando o prazo para o TikTok por 90 dias (até 17 de setembro de 2025)", escreveu nesta quinta-feira em sua rede Truth Social.

Em comunicado, o TikTok agradeceu "a liderança e o apoio do presidente Trump", que tornaram possível que a plataforma "continue disponível para mais de 170 milhões de usuários americanos e mais de 7,5 milhões de empresas dos Estados Unidos".

A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, já havia indicado na terça-feira que Trump assinaria um novo decreto porque "não quer que o TikTok desapareça".

"É extremamente popular", disse nesta quinta-feira, e comentou que a decisão de Trump visa "proteger os dados e a privacidade dos americanos".

Segundo diversos meios de comunicação americanos, foi encontrado um protocolo no início de abril que previa a separação do TikTok US do grupo ByteDance, com uma reestruturação do capital.

As participações de investidores não chineses passariam de 60% para 80%, e a ByteDance manteria os 20% que atualmente possui.

O grupo de tecnologia Oracle, que já hospeda os dados do TikTok US em seus servidores nos Estados Unidos, assumiria o comando, acompanhado pela gestora de ativos Blackstone ou pelo empresário Michael Dell.

Mas o anúncio de Trump de impor tarifas aos seus parceiros comerciais — especialmente à China (de 54%, que depois subiram para 145%, posteriormente reduzidos) — bloqueou a transação do lado chinês.

"Provavelmente precisaremos do acordo da China" até meados de setembro, nova data limite, reconheceu Trump na terça-feira. "Acho que o presidente Xi [Jinping] acabará dando seu aval", acrescentou.

Trump, cuja campanha eleitoral de 2024 se apoiou fortemente nas redes sociais, gosta do aplicativo de vídeos compartilhados.

Segundo a lei aprovada pelo Congresso em 2024, a rede social continuará proibida nos Estados Unidos caso sua empresa controladora, a ByteDance, não ceda o controle.

Tanto parlamentares republicanos quanto democratas expressaram preocupação com a possibilidade de a China usar os dados dos usuários ou tentar influenciar a opinião pública nos Estados Unidos.

J.Martin--GM